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Fragmentos de Dezembro
Wanda Rop
Estrelas estalam no céu,
Mistérios rompendo o silêncio.
Há algo ancestral no brilho delas,
um chamado que atravessa eras,
fé que não se explica, só pulsa.
O luar,
a brisa fria sobre telhados,
abraça as noites sem pressa,
envolve os olhares.
Risos escorrem pelas ruas,
confundem-se com o som de sinos.
Luzes piscam em ritmos incertos,
mas ninguém se importa,
é Dezembro:
a imperfeição também é festa.
Palmas,
vozes,
orações envolvem o ar.
Não importa se os lábios tremem,
há calor no ato de acreditar.
Momentos se desdobram —
papéis dourados,
mãos entrelaçadas,
pausa breve no caos do mundo.
Dezembro não é apenas um mês,
é a lembrança de que somos pó de estrela
e faíscas de algo maior,
algo que dança, cintila e vive
no efêmero das noites festivas.
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