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Nem todos os dias são floridos; há manhãs em que as pétalas se retraem, e o aroma do instante se dissolve no ar rarefeito da apatia✨🙂. A musa, essa entidade volátil que se banha nas marés do inconsciente, por vezes se ausenta, deixando sobre a mesa apenas o eco da espera.😳 É então que compreendo: não é o êxtase, é a disciplina que sustenta a arquitetura secreta da criação.🪶📜❤️

Há um engano recorrente, acreditar que a poesia nasce apenas do transe lírico, desse clarão que irrompe feito um raio sobre a alma.⚡💥
Na verdade, há dias em que ela se constrói como um templo: pedra sobre pedra, palavra sobre palavra, mesmo quando o coração não pulsa em festa.💔😒 É na repetição do gesto, no ritual delicado de alinhar frases que a inspiração, tímida, encontra o caminho de volta.📜🪶

E, no entanto, mesmo nas horas mais áridas, há sempre um raio de luz. 🕯️ Ele pode vir disfarçado no tilintar de uma xícara pousando sobre o pires, na sombra inclinada de uma tarde sobre o chão, ou no olhar breve de alguém que passa.🩵📕🖊️

Esse facho tênue, quase imperceptível, é suficiente para reacender a centelha que habita em nós, brasa que insiste em permanecer acesa sob o peso da noite. 🌆

A vida, tal qual o verso, é feita de oscilações: de marés que avançam e recuam, de auroras que sucedem crepúsculos, de ausências que, paradoxalmente, também nos completam. Pois muitas vezes, na minha ausência da poesia, sou ainda poesia: no recolhimento, no silêncio, na pausa que prepara o próximo fôlego do texto. Sou sempre Wanda Rop 🌹 a poetisa que escreve com amor sobre o amor. 💜

A lição é esta: nem todos os dias oferecem rosas, mas no espinho há geometrias de beleza; nem toda manhã é clara, mas na penumbra se pode vislumbrar um lampejo que nos faz brilhar o olhar. 🌸🌷
A inspiração é caprichosa; a disciplina, fiel. 📚 Entre uma e outra, vivo o meu ofício.

Sou mulher de versos e de intervalos, costurando luzes e sombras para que, um dia, alguém as leia como quem encontra abrigo. 📔💞
Wanda Rop 🌹
